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17 de setembro de 2021 - 13h48

Quatro estratégias para suavizar a volta ao escritório no mundo pós-COVID


Rodrigo Leme Santos*

O mundo corporativo brasileiro segue em revolução. Na era pós-COVID, o retorno ao escritório não acontece segundo velhas práticas – trata-se de uma disrupção que exige um novo mind set do time de RH e dos líderes de negócios. A primeira descoberta é que o modelo híbrido, em que os colaboradores trabalham parcialmente de forma remota e parcialmente no escritório, veio para ficar. Pesquisa realizada em maio de 2021 pela empresa de seguros Prudential com 2000 profissionais norte-americanos mostra que 87% desejam seguir trabalhando remotamente ao menos um dia por semana. Dados como esses apenas começam a descrever um quadro bastante complexo. Levantamento realizado pela Korn Ferry em maio de 2021 com 581 profissionais dos EUA deixa claro que, para 70% desse universo, retornar ao escritório é algo estranho e difícil.

Mais da metade dessa amostra – 55% – vai mais longe em sua resistência ao retorno a sede da empresa. Essas pessoas disseram que a ideia de voltar ao escritório os deixa estressados.

Retenção de talentos

Uma forma de lidar com essas questões é contar com estratégias de RH muito bem desenhadas, que tenham empatia com os colaboradores e apresentem soluções para esses dilemas. É a hora de investir em ações que visam reter os talentos na empresa, cativando pessoas que, numa economia hiper digitalizada, podem trabalhar para empresas de qualquer lugar do mundo.

Comunicar para os colaboradores exatamente quais processos e tecnologias suportarão o retorno ao escritório pode reduzir de forma expressiva a resistência a esse novo mundo. A meta é criar um roadmap que ajude o profissional a enfrentar mais essa mudança.

Imagine-se, por exemplo, o diretor de criação de uma agência de publicidade que, a partir de outubro, voltará a atuar na sede da empresa. Essa jornada será suavizada se a empresa usar tecnologias que efetivamente melhorem a experiência desse profissional.

Reserva de espaço e de recursos na sede da empresa. Na véspera do dia em que trabalhará no escritório, o executivo acessa o App que faz o provisionamento dos recursos que ele necessitará na sede da empresa. Será possível identificar e bloquear, por exemplo, a sala de reunião com infraestrutura de videoconferência necessária para suas funções profissionais. Esse App também permite a solicitação de serviços de catering para as pessoas presentes fisicamente na sala. Durante a reunião híbrida, um mix de acesso remoto e encontro presencial, percebe-se que o ar-condicionado está frio demais. O mesmo App recebe a solicitação de ajuste na temperatura.  Para o gestor de facilities e o time de RH, por outro lado, essa aplicação gera relatórios sobre o uso dos recursos do escritório, a base para a otimização constante desse quadro. O App é atualizado em tempo real a partir do processamento de dados coletados pelos mais diferentes sensores. A meta é mapear cada elemento das utilities e facilities da empresa e, ao mesmo tempo, monitorar o percurso e o consumo de recursos de cada colaborador, promovendo o bem-estar das pessoas.

Resolução de dúvidas do profissional que retorna ao escritório. O profissional de criação que passa a trabalhar em modelo híbrido pode, por exemplo, sentir-se inseguro sobre os cuidados com a saúde na sede da empresa. Para resolver essa questão basta acessar, via WhatsApp ou pelo aplicativo de mensageria da empresa, o Bot que, a partir de recursos de inteligência artificial, interage de forma amigável com o colaborador. Essa aplicação de conversação está disponível 24×7, facilitando a resolução instantânea de todas as questões que, sem essa tecnologia, teriam de ser respondidas por um profissional do RH. No caso de haver dúvidas mais complexas, essa mesma aplicação transfere, de forma transparente, o colaborador para um atendente. Cada interação alimenta uma base de dados que ajuda a empresa a entender o sentimento de seus colaboradores, criando programas que irão ao encontro das pessoas, de forma a aumentar a satisfação e o engajamento.

Visualização em 3D dos novos ambientes de trabalho. Depois de meses trabalhando de forma remota, o profissional irá atuar em um novo espaço físico, construído para suportar as normas de saúde. Quer esse espaço seja um estúdio de criação, um chão de fábrica, um estoque ou um escritório, é possível usar mapas 3D para construir um modelo virtual desse ambiente. Trata-se de uma aplicação que incorpora todas as peculiaridades visuais e de cultura da empresa. Essa plataforma traz modelos pré-definidos que podem acelerar a representação do espaço 3D da empresa. A meta é facilitar o planejamento de alocação de espaços, propiciando uma sensação de realidade que colabora para que todos – gestores e colaboradores – sintam-se em casa no novo mundo pós-COVID. Tecnologias como essas são críticas na fase de onboarding de profissionais, além de permitir sessões de treinamento extremamente interativas, com o uso de avatares e óculos VR. Há até mesmo “lounges” e “salas de reuniões” para os times interagirem, com a completa reprodução do ambiente físico. Esse tipo de solução é utilizado, também, na construção de eventos virtuais em 3D.

Derrubar as barreiras entre quem está dentro e quem está fora do escritório. No modelo híbrido de trabalho, o diretor de criação da agência de publicidade deseja experimentar a sensação de proximidade com seus pares, independentemente de estar no escritório ou estar remoto. Esse fator é crítico para a produtividade do time. Nesse caso, é essencial utilizar dispositivos que, por meio de um sensor acústico ultrassônico e câmeras com reconhecimento facial, detectam a presença de pessoas na sala de reunião, enquadrando cada participante de forma isolada, com zoom próprio. A sensação de imersão é suportada por uma câmera de alta potência e por muitos microfones. Sensores encarregam-se, também, de medir a qualidade do ar (índice de CO2) e a temperatura do ambiente. São informações estratégicas para a preservação da saúde de todos os colaboradores. As barreiras entre quem está remoto e quem está presente na sede da empresa são derrubadas, também, com ajuda de monitores sob medida para a colaboração entre times. Além de aumentar a interação entre as pessoas, os monitores servem de quadro branco.

Os últimos 18 meses foram traumáticos, com mudanças em série levando empresas e pessoas a abandonarem velhos estilos de vida. O modelo híbrido de trabalho é a disrupção do momento, trazendo novos desafios ao mercado.

É possível, porém, usar o que há de mais avançado em estratégias de RH e em tecnologia para aumentar a felicidade do colaborador, a produtividade da empresa e a economia do Brasil.

Rodrigo Leme Santos é Vice-Presidente de Inovação e Tecnologia e Founder da WebSIA.

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